Na Argentina, as provas de Arrancada são disputadas em classes de tempo, não existindo portanto um regulamento técnico. Em Rafaela, existem 10 classes, que vão desde os 14 segundos até os 8.7s, terminando na categoria Livre. Vale lembrar que a distância da disputa é de 250 metros (1/4 de quilômetro).

A primeira vista o evento parece um pouco bagunçado, mas ao se inteirar com o sistema de disputa, notamos que os hermanos dão um show de organização e agilidade. São dezenas de largadas de cada competidor para classificar-se em duas chaves de mata mata. Os dois vencedores da segunda chave, completam a primeira chave, com os melhores classificados, de onde saem os campeões do evento.

A grande maioria dos carros são aspirados, e além de desempenho, mostram uma grande resistência, afinal é uma puxada em cima da outra, sem pausa! Durante o único dia de evento, os competidores chegam a fazer mais de 20 largadas e, as finais, são disputadas no sistema de melhor de 3. Nesta fase, muitas vezes, os caros não chegam nem a ser desligados!
Mesmo contando com 100 carros e 180 motos em apenas um dia de competição, o evento seguiu até seu final sem maiores problemas. Não houve grandes quebras e a pista não ficou parada por mais de 20 minutos! (Neste evento, a pista ficou parada uma única vez). Além disso, os pilotos estão sempre prontos para largar e os organizadores também com tudo em ordem, sem demoras ou atrasos.

Outro fato interessante é o valor para andar. Não há custo de inscrição, o participante paga somente a entrada normal, com valor equivalente a 40 reais. Somado a isso, a associação de pilotos da Argentina cobra um seguro de vida de no valor de 250 pesos, equivalente a 50 reais quando esta reportagem foi feita.

Durante minha visita, traçamos junto aos organizadores argentinos um plano para tentar levar alguns carros brasileiros para acelerar em Rafaela, e também, é claro, alguns competidores argentinos para acelerar no Brasil! Alguns competidores Argentinos já fazem bonito por aqui, como Javier Dimaio, Lucas Gonzales, entre outros. Mas há carros bem legais lá que fariam muito sucesso em terras brasileiras, como o Chevy V8 Blower do Turco, por exemplo

Na prova Argentina não há tratamento de pista e por esse motivo não seria justo comparar os tempos com os alcançados pelos brasileiros. Mas eles aceleram para valer e muitas vezes com equipamentos produzidos por sua própria industria, o que é muito legal! Eles sentem orgulho em utilizar um grande numero de peças produzidas na própria Argentina!