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Reportagens
- NHRA Sport Compact - 12-13-14/10/2007 |
NHRA Sport Compact –
Englishtown, New Jersey, EUA – 12, 13 e 14 de outubro
de 2007.
Por Cacá
Daud
Este ano eu consegui
realizar algo que vinha sonhando desde o começo de 1999.
Sempre fui um viciado em arrancada e acompanhei as provas da
NHRA Sport Compact, mas muito antes disso, lá em 1999,
quando nem era a NHRA quem organizava as provas de arrancada
para os sport compacts, eu já acompanhava pela internet
e pela revistas que recebo em casa. Aliás, pela internet
mais ou menos, afinal de contas, estamos falando de coisas de
8 anos atrás.
Hoje ainda existem vários pilotos e preparadores que
ainda são daquela época, os verdadeiros fundadores
do Sport Compact Drag Racing nos EUA. Dentre eles, ainda estão
fortemente ativos, os irmãos Ed e Ron Bergenholtz, o
Gary Kubo (marido da famosa Lisa Kubo), Christian Rado, Jeremy
Lookfosky, Nero e Bottle Delilawa, proprietários da Titan
Motorsports, e alguns outros. Não posso esquecer dos
porto-riquenhos, que na verdade foram os que realmente começaram
com a arrancada de sport compacts nos EUA e principalmente em
Englishtown, pois a proximidade de Nova Iorque acabou facilitando
devido à grande quantidade de porto-riquenhos nessa área
dos EUA. Isso explica por que eu acabei escolhendo ir para lá.
Se você quiser ver o melhor dos carros de Porto Rico mais
todos os importantes competidores dos EUA é para lá
que vc deve ir.
No começo a idéia era de ir sozinho mesmo, tendo
em vista que do monte de “manés” que eu conheço,
são poucos os que tem o capricho de ter o passaporte
com visto válido para os EUA, e que tenham a disponibilidade
de ir. Depois de fazer uma peneira nos nomes, chamei o Anderson
da Fueltech, que concordou plenamente. É obvio que de
graça ele iria conhecer a melhor qualidade de carros
dos EUA acompanhado da consultoria especializada de um fanático
e conhecedor da categoria, ahahahaha, EU.
Por sorte, está morando por lá, um cara das antigas
na arrancada Brasileira, o Marcelo Martellini, um daqueles da
época das arrancadas noturnas em Interlagos. Não
preciso nem dizer que bastou um telefonema dizendo que estávamos
indo para lá, para que ele ficasse de prontidão
para nos dar total apoio e auxílio. Além do mais,
como o Marteloco trabalha nesse mercado nos EUA, o cara conhece
um monte de gente do meio por lá. O “serviço”
foi de primeira, coisa de amigo de verdade!!
Chegamos na quinta-feira, pois eu queria estar logo na sexta
de manhã em Old Bridge Township Raceway, só esperando
abrir os portões. Foi o que aconteceu, sexta, por volta
das 8:30 da manhã estávamos na pista, porém
a mesma ainda estava fechada e só tinha algumas carretas
das equipes “Top” aguardando a abertura dos portões
para entrar. Só dava para ouvir o barulho do ar condicionado
dos motorhomes e a gente ali, sentados na sarjeta esperando
aparecer algum doido.
Não demorou muito e apareceu um motorista de uma dessa
carretas. O cara chegou, encostou, e perguntou se a gente não
tinha errado a hora ou o lugar, era meio cedo para ter gente
ali. Na hora que contamos que viemos do Brasil só para
assistir a esta etapa, o cara não acreditava, foi logo
chamar um companheiro de equipe dele. Mal chegou o companheiro
dele e eu já saquei uma edição da revista
Fullpower que tinha saído o Astra e uma edição
da Autopower com fotos do nosso Festival em Curitiba. Os caras
ficaram simplesmente doidos. Não acreditavam que nos
tínhamos algo daquela forma. Foi a abertura que nós
precisávamos para começar a conversar. Aliás,
que abertura, os caras foram super atenciosos naquela hora e
por todo o final de semana. Eu nunca mostrei tanto uma revista
com meu carro... Como se não bastasse, começou
a nos apresentar para um monte de outras pessoas.
Agora vamos ao que interessa. O motorista era da equipe do Gary
Gardella (campeão deste ano na Pro FWD), o companheiro
dele era o Jon Perry, chefe da equipe, e os outros que foram
chegando logo em seguida, era Ed Bergenholtz (Mazda ProFWD),
Chris Rado, e outros. Na verdade, esse tempinho entre a gente
sentado na sarjeta até abrirem os portões para
entrarem foi de aproximadamente 3 horas, ou seja, deu para conhecer
bastante gente ainda do lado de fora da pista.
O Anderson não acreditava, achava que era só entrar
e os caras começarem a trabalhar que já iriam
esquecer quem éramos.
Muito pelo contrário, quando passamos para o lado de
dentro, fomos apresentados ao Sr. Javier Ortega, o principal
cara da NHRA Sport Compact, e logo em seguida para muitos outros
pilotos e equipes. Só sei que depois de um tempo, a gente
andava e alguns olhavam para a gente e já perguntavam
se nós éramos os brasileiros “perdidos”.
Não sei se o que abriu todo o nosso caminho era quando
eu começava a contar para eles que eu sabia que em tal
ano, tal piloto andava com tal preparação, e que
logo depois mudou de carro por que trocou de patrocínio,
e tudo mais, ou se era por que eles estavam simplesmente sendo
simpáticos e atenciosos por natureza. Sei que nessa história
de abertura, eu ia perguntando tudo, tudo mesmo, tudo que podia
me interessar sobre preparação, tocadas, etc.
Ainda na sexta de manhã, ficamos conversando com o Gary
Kubo, que nos contou que sua esposa, Lisa Kubo, deixou de andar
na NHRA Sport Compact por que está tirando a licença
para pilotar Funny Cars para os irmãos Pedregon. O cara
foi 10. Disse que adora o Brasil e conhece o Sandro Dias e o
Bob Burnquist por que os dois skatistas brasileiros moram perto
de sua casa na Califórnia. Além disso, o cara
ficou doido quando chamamos ele para trazer o carro do Chris
Rado para o Brasil para a inauguração do Velopark,
considerando que ele é o chefe de equipe do cara. Além
disso, ele foi mais um que chegou até a nos mostrar os
arquivos da telemetria do carro do Chris Rado!!! Eu sei que
chegou uma hora, eu estava no caminhão do Gary Gardella,
conversando com o Jon Perry sobre uns “aparatos”
lá, e o Anderson perguntou se a gente não ia comer
nada não, pois já era quase 4 da tarde e a gente
não comia nem bebia nada desde as 8 da manhã.
Fazer o que... não dava nem fome!!
A pista era uma coisa espetacular, lisa, emborrachada e limpa,
mas muito, muito limpa mesmo. Mal os carros soltavam uma fumacinha
e já entrava um batalhão de gente para checar
se os 402 mts, e não só os 60 pés, estavam
OK. Por falar nisso, no domingo a tarde caiu uma chuvinha. Eu
já achava que meu final de semana iria acabar antes.
Por sorte, a chuva parou logo, e mal tinha parado os caras me
aparecem com uma camionete, com uma turbina de avião
na caçamba jogando o jato para baixo. Não deu
20 minutos e eles estavam começando a prova de novo.
É claro que eu fui para assistir os tração
dianteira, minha paixão, mas tem uma categoria, a Modified,
que é animal. É nessa categoria que correm a maioria
do porto-riquenhos com seus Toyota Starlets, com motores rotativos
turbo, câmbio Liberty’s, four link, mas com a frente
do carro toda original, o que eles chamam de “half-chassis”,
ou seja, metade de chassis, metade tubular. O negócio
é a coisa mais linda de se ver largando, a maioria deles
viram na casa dos 7s2 segundos e vários deles viram 60
pés de 0s9 seg. Isso mesmo!! Para piorar, os carros são
menores que um Chevette hatch e andam reto.
Mas voltando para minha área, que coisa linda os pro
tração dianteira, largando um junto com o outro
e um virando 7s212 e o do lado virando 7s233, ambos a mais de
320 km/h. Isso não foi uma vez só. Para se ter
uma idéia, o Marty Ladwig, piloto do GM Cobalt proFWD,
da Lucas oil, deu 7 puxadas no final de semana, onde a mais
lenta foi 7s33 e a mais rápida 7s15. Será que
é constante?
Por falar em constância, foi exatamente isso o que mais
me impressionou. Como eu já tinha ido na NHRA, e visto
que os Dragster, Funny Cars, e Pro Stocks eram extremamente
constantes, eu não imaginava que o mesmo pudesse acontecer
numa categoria onde os orçamentos são mais baixos,
onde é tudo muito mais caseiro e parecido com a gente.
Uma coisa é certa, depois de ver tanta novidade, conversar
com tanta gente eu voltei com uma certeza que quando fui não
sabia. O que eu descobri é que na verdade não
existe nenhum segredo especial, nenhuma regulagem extraordinária,
nenhuma tocada com um jeito diferente. O que existe na verdade
é um conjunto de coisas, a começar pela excelente
condição da pista, depois pela qualidade de construção
dos carros. Ninguém usa uma peça, se ela poderá
quebrar ou se ela está sub-dimensionada. O que vale é
a harmonia do conjunto, o que trará a constância
que eles tanto querem. É claro que motor 4 cilindros
com mais de 1000 hp nas rodas, lá é mato!!!!!
Valeu, Fui!
Acompanhe abaixo
algumas imagens dos brasileiros Caca Daud, Anderson (Fueltech)
e Marcelo Martellini ao lado de grandes persanalidades da NHRA
Sport Compact, e veja mais abaixo as galerias de fotos e o vídeo:
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Motor e câmbio
de Gary Gardella. |
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Gary
Gardella, campeão 2007 e recordista
da ProFWD com 7s15. |
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Jon
Perry, preparador e chefe da equipe Red
Bull. |
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Embragem
centrifuga do Ecotec ProFWD de Gary Gardella. |
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A "pequena"
turbina reserva de Chris Rado, uma Borg de
110 mm. |
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Um
dos bicos Injetores Siemens Deca de 225
Lbs/hr que alimentam o Toyota 4 cil de Chris
Rado com mais de 1600 hp nas rodas. |
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Carro
de Brad Personett, da Titan motorsports,
campeão da ProRWD no ano de 2007. |
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Ecotec ProFWD
de Jason Hunt turbo Borg Warner de 88mm. |
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Julie
Stepan, ex-piloto do Subaru Easy Street,
agora de Ecotec aspirado da lucas oil com
o tempo de 10s150. |
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Anderson,
Leslie Durst e o marido e preparador Arthur
Armendariz frente ao Scion Toyota aspirado
9,342, e Caca Daud. |
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Da
esquerda para direita: Marcelo Martellini,
Anderson (Fueltech), Jon Perry, Cacá
Daud e Mike Whitney, ex-mecanico de Marty
Ladwig. |
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Marty
Ladwig, piloto do Cobalt Ecotec ProFWD ex-recordita
da categoria com 7s16. |
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Motor
do Dragster 4 cilindros de Don Nase Jr.
6s400 tirando o pé! |
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Stephanie
Eggum e o Honda recordista da Hot Rod, a
categoria mais próxima da nossa FLTD,
com 7s874. |
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Texto e Imagens:
Cacá Daud
Fotos
Video
NHRA
Sport Compact
Bastidores e disputas da NHRA
Sport Compact, com carros de tração traseira
e também tração dianteira!
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