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Texto: Filipe Sturion / Fotos: Joni Goularte


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Do Rio Grande do Sul para o mundo!
Conheça o tração dianteira 8V mais rápido do planeta!

Você que acompanha as provas de Arrancada já sabe que o motor AP 8 válvulas é o mais utilizado nas diversas categorias. Com isso, muitas soluções são testadas para dar novo ânimo a esta mecânica que, apesar de antiga, segue muito competitiva! É caso do Gol DT-A dos irmãos Mauro e Rogério Bertelli, da cidade de Espumoso, no interior do Rio Grande do Sul. O carro é resultado de um trabalho conjunto dos irmãos junto a experiente oficina GCR Competições.

O belo Gol G4 2005 foi montado para acelerar pela categoria DT-A no ano de 2010, e já em 2011 os resultados começaram a aparecer.

Com Rogério na tocada, a equipe conquistou os títulos Gaúcho e Brasileiro de 201 metros. Após estas conquistas, Mauro e Rogério não participaram mais de campeonatos, fazendo apenas algumas etapas esporádicas.

Com os resultados obtidos pelos carros equipados com cabeçotes multiválvulas, os irmãos sabiam que precisavam dar um passo a frente no desenvolvimento do DT-A, e foi aí que a dupla resolveu acreditar em um projeto que estava sendo finalizado pela SPA Turbo, o cabeçote X-Flow. Trata-se de um 8 válvulas de fluxo cruzado, fundido em alumínio, com dimensões generosas em relação ao original VW, o que permite a obtenção de grande fluxo de admissão e escape. Fabio Felix Pascoal, reporter aqui do DragsterBrasil.com, participou do desenvolvimento desse cabeçote na SPA Turbo.
O cabeçote SPA X-Flow foi enviado até a Sumpf cabeçotes, onde recebeu molas, pratos e travas da gaúcha MTR. As válvulas de admissão são de 41mm, enquanto as de escape são de 35mm. Já os dutos foram retrabalhados pela Stumpf e os números de fluxo foram surpreendentes! Segundo a prórpia Stump, são 120cfm na admissão e 107 cfm no escape, medidos a 10 pol. Os dados foram obtidos em um banco de fluxo Saenz J600, que segundo o preparador de cabeçotes, não é nada otimista nas medições!

O comando de válvulas é um Carlini W8, que conta com 290º na admissão, 330º no escape e lob center de 116º. A polia regulável é da marca FuelTech. Com uma construção diferente, os coletores já existentes no mercado não são compatíveis com o cabeçote e, por esta razão, a Expert Racing desenvolveu uma admissão especial para o carro, do tipo dual plenum, com volume de 6.5 litros. O corpo de borboleta, da mesma marca, é de 70mm. A empresa gaúcha ficou responsável também pela confecção do coletor de escape, que conta com uma Wastegate FTX de 60mm. Na pressurização, em alumínio, é utilizado uma válvula Blow off SPA Turbo de 50mm.

O turbo-compressor utilizado é um Garrett GT4202R com carcaça quente 1.15A/R. A pressão máxima de trabalho já utilizada é de 4.2 bar e, para resfriar o ar, o carro conta com um icecooler FTX. Para manter a mistura de ar, metanol e nitrometano em proporções corretas, são utilizados 8 bicos Siemens Deka de 225lbs/h. A bomba de combustível é mecânica, da marca Aeromotive, bem como o dosador. Já o filtro de combustível é da brasileira MTR. Toda a linha de combustível foi construída com conexões e mangueiras FTX.

A DT-A é uma categoria que utiliza grandes potências em todas as marchas e, por esta razão, é importante ter um motor capaz de suportar grandes esforços. Neste propulsor a equipe GCR utilizou um bloco 2.0 Cofap baixo, pistões JE 83mm, pinos JE com 21mm de diâmetro, bielas Saenz 300m, virabrequim de aço do Jetta 2.0 e bronzinas Clevitte. O conjunto recebeu ainda mancais e reforços Indutech. A bomba de óleo é original, porém retrabalhada. O motor 2.0 gosta de girar, com as trocas de marcha próximas aos 9500rpm! O DT-A #2232 nunca passou no dinamômetro com pressão total, mas estima-se que o propulsor gere potências acima dos 1000 cavalos.

Para gerenciar a alimentação de combustível, ignição e entrega de potência, o Gol DT-A conta com uma FuelTech FT500. Além de comandar os bicos injetores e a ignição, o módulo é responsável também pelo controle de pressão de turbo, com garrafa de CO2. A ignição fica a cargo de uma FuelTech Spark Pro 2 e uma bobina Bosch de Vectra, trabalhando com centelha perdida. Pra condicionar a sonda, de banda larga, é utilizada uma FuelTech Wideband Slim.

A equipe também conta com os dados gerados por um FuelTech ETM-8 Can, que condiciona 5 termopares posicionados em cada duto do coletor de escape, e também na saída da turbina, permitindo o monitoramento de temperatura dos gases de escape individualmente.

A alavanca de marchas é uma AG Atom e, para permitir as trocas de marcha de pé embaixo, é utilizado o FuelTech Gear Controller. A eletrica foi montada por Fernando Bitzki.

O câmbio possui engrenagens forjadas da BF Câmbios, bem como engates da mesma marca. A carcaça possui tampa lateral e reforços Sapinho Câmbios. O conjunto de blocante e coroa e pinhão também são da Sapinho Câmbios. Os eixos são adaptados da Ducato.

Este carro possui um dos melhores acertos de suspensão e pneus já vistos na DT-A, sendo um dos poucos a percorrer os primeiros 60 pés na casa dos 1.4 segundos! A suspensão foi extensivamente retrabalhada na Bertelli Auto Center, com buchas, barras com uniballs e diversas soluções desenvolvidas pelos irmãos Bertelli. Os amortecedores são da Impacto Suspensões. Os pneus dianteiros, responsáveis pela tração, são os Hoosier 24.5x8x15, montados em rodas Weld Magnum com 8.25 de largura. Em uma categoria onde existem problemas de durabilidade dos pneus dianteiros, Bertelli, acelerando com uma marca pouquíssimo utilizada e com pneus indo para o quarto ano de uso, possui um dos carros mais consistentes da categoria!

Enquanto Rogério acelera, Mauro Bertelli é o irmão “que pensa”. É responsável pelo desenvolvimento do carro junto a equipe GCR. Segundo Mauro, o objetivo era de baixar o tempo de 8.772 de Sergio “Sapinho” Ganga, que era até então o AP 8V de tração dianteira mais rápido de todos. Já na prova de estreia com o DT-A na nova configuração, no Velopark, Rogério percorreu os 402 metros em 8.847s, mostrando o grande potencial do carro e vencendo a etapa. A equipe enfrentou muitos problemas com embreagem, que foram solucionados com a adoção da Multi Disco da MTR, com a qual Rogério atingiu o objetivo, ao registrar 8.628s nos 402 metros, a nada menos que 282 km/h! Com isso, tornou-se o 8V de tração dianteira mais rápido do planeta!


Mauro nos conta que mesmo com todo o desenvolvimento empregado na mecânica, talvez a tarefa mais difícil tenha sido colocar o carro no peso mínimo e proporção do regulamento, já que não são permitidos recortes na carroceria. Para isso, foram utilizados materiais nobres na construção de peças, além de pinças de freio Willwood, e muitos outros componentes que aliam eficiência a baixo peso. O santantonio foi construido pela Textor Motorsport. O banco, em alumínio é da marca Kirkey, e o cinto, de 5 pontos é da marca Simpson. Após varias alterações, a equipe conseguiu o peso total de 935Kg, sendo 28,1% localizados na traseira. A pintura, impevável, ficou a cargo da Art Car Pintura Automotiva.

“Após cada largada, os dados registrados no log da FuelTech FT 500 são analisados pelo Mauro, Guilherme (GCR Competições) e também pelo Fernando Bitzki, para chegar em um acerto que entregue o máximo de potência que as condições de pista possam suportar. Com variação no Grip de pista, isso é tarefa dificil” - nos conta o piloto Rogério Bertelli.

Para o ano de 2018, com os problemas de embreagem resolvidos, os irmãos Bertelli acreditam que o DT-A 8 válvulas pode entrar na casa dos 8.4s no quarto de milha!

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